BERNE


O Berne é um velho conhecido das pessoas que vivem no campo. Costuma atacar animais e até homens, causando coceira e dor. Se seu cão vive em região de vegetação abudante, ou freqüente sítios e fazendas, fique de olho aberto!

Poucas das pessoas que moram em apartamentos na cidade conhecem o Berne. Mas já houve quem tivesse voltado de um passeio no sítio trazendo um berne na própria pele. Se você costuma levar seu cão a lugares com matas, fique atento. Prurido (coceira intensa) e lesões parecidas com furúnculos podem ser um sinal da presença deste parasita. Na dúvida, procure sempre seu veterinário.

O que é?

Ele é a larva da berneira (Dematobia hominis), uma mosca encontrada desde o México até o norte da Argentina. A sua transmissão, porém, é feira por um outro tipo de mosca, chamada veiculadora ou vetora, que pode ser hematófaga (isto é, suga sangue, como a "mosca do estábulo") ou lambedoura (como a mosca doméstica).

Entre nós, os hospedeiros mais conhecidos do berne são bovinos, cães e até humanos. Em cachorros parasitados, as lesões podem servir com uma porta de entrada para bactérias causadoras de infecções secundárias.

O desconforto causado pela presença de vários bernes pode fazer com que o animal não se alimente nem repouse adequadamente, prejudicando sua saúde.

Como se transmite?

Em pleno vôo, a berneira deposita seus ovos (vários, formando um cacho) sobre a veiculadora. Em cerca de 6 dias eles estão larvados. Quando a veiculadora pousa sobre um animal as larvas com cerca de 1,5mm de comprimento (estágio L1), rompem a casca dos ovos. Elas se instalam na pele com a ajuda de ganchos orais, com os quais também se nutrem de tecido do hospedeiro.

A fixação do berne também é auxiliada por filas de espinhos corporais que permitem a movimentação, causa de prurido e dor.

As larvas passam por 2 mudanças em que trocam a cutícula (espécie de pele). Elas permanecem no hospedeiro até chegar ao estágio L3, quando já medem mais ou menos 2cm de comprimento.

A seguir, elas caem e se enterram no chão. Em cerca de 1 mês, dependendo da temperatura e da umidade do ambiente, nasce a berneira que se acasala, põe ovos e, entre 2 e 8 dias morre.

Prevenção

Por viver escondida nas matas, a berneira é difícil de combater. O controle das moscas, porém, pode reduzir a ocorrência do berne, uma vez que sem as veiculadoras de ovos, não há transmissão.

Para evitar a presença das moscas, é importante manter as áreas frequentadas pelos cães, livres de sujeira, como fezes e lixo.

Identificação

Só se vê o berne quando ele já está bem desenvolvido. Ao suspeitar de sua presença, esprema o local - normalmente há saída de pus. Ele aparecerá pelo oricício da pele, mas NÃO DEVE SER RETIRADO SEM A AJUDA DE UM PROFISSIONAL.

Tratamento

Evite utilizar sprays ou inseticidas que matam o berne. O mesmo deve ser dito quanto a tentar tirá-lo por conta própria é preciso saber que a retirada do berne é dolorosa e que o parasita deve estar vivo para que possa ser retirado por inteiro, já que se uma parte dele ficar no animal há o risco de se desenvolver quistos, abcessos e infecções. A piodermite (infecção cutânea com pus) causada pelo stafilococus sp, um micro organismo que vive normalmente na pele do animal é a mais grave delas.

É muito importante procurar um veterinário assim que se percebam as primeiras lesões, para que ele possa indicar o melhor tratamento para o caso.

Fonte: Revista Cães & Raças
Autor: Regina Hatakeyma