LABRADOR: CERTO x ERRADO


Em 32 fotos, saiba identificar um Retriever do Labrador de ótima qualidade física

 


Multi BIS & Multi BISS Campeão Peruano, Argentino, Paraguaio,
Latino-Americano, Campeão e Grande Campeão Brasileiro,
Campeão e Grande Campeão Panamericano,
Campeão Internacional, Primeiro e UNICO Grande Vencedor Nacional, 

LAB # 1 DO BRASIL 2002 - 2003 - 2004 (CBKC - FCI) RANKING OFICIAL

AQUILA’S COMEDY OF ERRORS – “JJ"

"JJ" é o LABRADOR # 2 do Brasil de todos os tempos, TRICAMPEÃO do Ranking Nacional CBKC-FCI, 2002, 2003 e 2004

Faz tempo que o Retriever do Labrador vem ganhando espaço no nosso país. Mas foi apenas em 1998, o último ano com dados disponíveis pela Confederação Brasileira de Cinofilia, que ele entrou para o especialíssimo grupo das dez raças com maior número de nascimentos registrados.

E fez bonito: no período de 1997 a 1998, foi direto da 14 a posição para a sétima; seus registros saltaram de 1.583 exemplares para 2.575 e sua representatividade diante de todas as raças praticamente dobrou, passando de 1,35% para 2,68%.

A julgar pelo que já ocorre há muito no exterior, o vertiginoso crescimento desse caçador de grande porte não tem nada de surpreendente.

Na maior cinofilia existente, a norte-americana, e na mais antiga e tradicional, a britânica, a raça cresceu, cresceu, e acabou por garantir o título de número um, mantendo-se invicta, há anos, na prestigiada pole position da preferência popular.

Quanto ao Brasil, no ritmo com que a escalada de posições do labrador tem ocorrido, quem duvida da possibilidade de vê-lo disputando, senão a primeira, as primeiras colocações entre as raças mais registradas?

CAUTELA

Aos que pretendem adquirir um Labrador de qualidade, o momento é de cautela. A velha história de que a ascensão súbita de uma raça tende a atrair criadores inexperientes, aumentando a quantidade de exemplares com desvios físicos e temperamentais, até soa como mesmice.

Mas o fato é que o Labrador tem sido vitimado por esse conhecido enredo. "O número de Labradores atípicos é extremamente preocupante", lamenta a juíza e criadora, Romy Fields, de São Paulo.

Pode-se dizer que, de cada cem exemplares, apenas 15 têm qualidade muito boa, sendo que o restante deixa bastante a desejar e, via de regra, apresenta algum defeito grave.

Aparência Geral

Certo.: Robusta
CERTO: ROBUSTA

Errado.: Frágil
ERRADO FRÁGIL

Certo.: O Labrador é um cão forte, que denota boa ossatura e massa muscular.

Errado.: Falta ossatura e musculatura. Comparado a um exemplar correto, parece um cão fraco. Prejudica a resistência física. Qual a causa: normalmente herança genética. Mas pode ser por alimentação desbalanceada e falta de exercício.

Em que idade se nota: se for de origem genética, a partir dos dois ou três meses de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais, com alimentação balanceada e exercícios regulares que não forcem o cão.

Como tratar: pode-se amenizar o desvio com dieta específica e exercícios de caminhada e natação. No entanto, sempre com supervisão veterinária.

Linha Superior

CERTO: RETA
A linha superior é reta, praticamente sem descendência da cernelha em direção à garupa.

ERRADO.: SELADA
Em vez de reta, a linha superior é selada. Ou seja, há uma curvatura que lembra a da sela de um cavalo. Prejudica a locomoção.
Qual a causa: herança genética.
Em que idade se nota: a partir dos quatro ou cinco meses de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: natação e caminhadas regulares, sob orientação veterinária, podem amenizar o desvio.

Linha Inferior

Certo.: Nivelada

Errado.: Acenturada

CERTO: NIVELADA - Entenda-se por "linha inferior" a superfície do peito e da barriga (abdome) do cão. No Labrador, essa linha é quase reta, mantendo-se quase no mesmo nivel do início do peito ao fim do abdome. Ou seja, ele não é acinturado.
ERRADO :ACINTURADA - Em vez de praticamente reta, a linha inferior, assim que termina o peito, acintura-se acentuadamente, lembrando o abdome de um galgo.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir dos 70 dias de vida. Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais. Como tratar: não há tratamento.

Cabeça

Cabeça.: CERTO- LARGA - Vista de frente, é larga, mas não a ponto de ter as bochechas salientes.
ERRADO: CABEÇA ESTREITA - Vista de frente, é "fina" demais. Passa a sensação de um cão fraco.
Prejudica a expressão típica da raça.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir dos dois meses de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

Costelas

Costelas - CERTO.: BEM ARQUEADAS - Olhando o cão de cima, nota-se que as costelas possuem um arqueamento que lembra o formato de um barril.
ERRADO.: POUCO ARQUEADAS - Olhando o cão de cima, há pouco ou nenhum arqueamento costelar. Prejudica a resistência física.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir dos três ou quatro meses de vida.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

Anteriores

CERTO.: PARALELOS E COM BOA ANGULAÇÃO
As pernas da frente (anteriores) são paralelas. De perfil, ao traçar-se uma linha imaginária da cernelha ao chão, ela deve "encostar" na parte traseira das pernas (veja pontilhado). Isso indica que o cão tem a angulação correta, que é de cerca de 90 graus, entre os ossos úmero e escápula.

ERRADO: POUCO ANGULADOS
Vendo o cão de perfil, a linha imaginária da cernelha ao chão não encosta na parte traseira da perna, ficando alguns centímetros atrás da mesma (veja pontilhado). Isso indica que o ângulo entre o úmero e a escápula é mais aberto do que o desejado. Prejudica a locomoção.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir dos 60 ou 70 dias de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento

 

Posteriores

 

CERTO.: PARALELOS E BEM ANGULADOS
Vendo o cão por trás, os posteriores são paralelos. De perfil, as articulações dos joelhos e calcanhares são bem visíveis.

ERRADO: FALTA DE ANGULAÇÃO
Vendo o cão de perfil, os posteriores são praticamente retos, como se não houvesse as articulações dos joelhos e calcanhares.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: por volta dos três ou quatro meses de vida.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

ERRADO.: CALCANHARES CONVERGENTES
Vendo o cão por trás, os posteriores, em vez de paralelos, apresentam calcanhares convergentes e, conseqüentemente, expulsão dos pés para os lados.
É o chamado jarrete de vaca.
Qual a causa: normalmente herança genética. Mas pode ser falta de exercício, alimentação inadequada ou piso escorregadio.
Em que idade se nota: por volta dos três meses de vida em diante.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais, com alimentação balanceada, exercícios regulares (sem forçar o cão) e piso não escorregadio.
Como tratar: pode-se amenizar o desvio com exercícios regulares (sem forçar o cão), alimentação balanceada e piso não escorregadio.

Mordedura

Mordedura - CERTO.: EM TESOURA
A mordedura é em tesoura. Ou seja, os incisivos (dentes da frente) da arcada superior sobrepõem-se de forma rente aos incisivos da arcada inferior.

 

ERRADO.: PROGNATISMO - Os incisivos (dentes da frente) da arcada inferior se fecham à frente dos incisivos da superior.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir de três ou quatro semanas de vida. No entanto, a mordedura pode ser alterada até por volta dos cinco meses de idade, quando os dentes permanentes nascem. Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: em alguns casos, aparelhos ortodônticos podem amenizar ou até eliminar o desvio.
Para cães de exposição ou reprodutores, tal recurso é considerado antiético.

ERRADO.:TORQUÊS - Quando a boca está fechada, os incisivos (dentes da frente) da arcada superior tocam de topo os incisivos da inferior.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir de três ou quatro semanas de vida. No entanto, a mordedura pode ser alterada até por volta dos cinco meses de idade, quando os dentes permanentes nascem. Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: em alguns casos, aparelhos ortodônticos podem amenizar ou até eliminar o desvio. Para exemplares de exposição ou reprodutores, tal recurso é considerado antiético.

Cauda

CERTO GROSSA : A cauda é grossa na base e vai afinando gradualmente em direção à ponta. Lembra a de uma lontra. Está inserida na altura da linha superior.
Seu comprimento não pode ultrapassar a ponta do jarrete (calcanhar).

ERRADO.: FINA E LONGA DEMAIS
Mesmo na base, a cauda é fina. O comprimento ultrapassa a ponta do jarrete (calcanhar).
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir dos 60 ou 70 dias. Mas só se pode ter certeza aos 10 ou 12 meses de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

Focinho

Certo.: Grosso

Errado.:  Fino e muito comprido

Focinho
CERTO: GROSSO - Não há uma medida estabelecida entre a proporção do comprimento do focinho (da ponta até a testa) e do crânio (do início da testa até a parte superior traseira da cabeça). Aceita-se que focinho e crânio possuam o mesmo comprimento ou que o focinho seja levemente maior ou menor. Em qualquer caso, ele tem de ser forte.

ERRADO: FINO E MUITO COMPRIDO - Além de fino, é bem mais longo do que o comprimento do crânio, que vai do início da testa até a parte superior traseira da cabeça.
Qual a causa: herança genética.
Em que idade se nota: a partir dos dois meses de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

Stop

Stop.:  Certo

Stop.: Errado

CERTO: DEFINIDO - O ponto de encontro entre a testa e o focinho, o chamado stop, é definido no Labrador, mas sem ser acentuadamente marcado.

ERRADO: POUCO STOP - Em vez de definido, o ponto de encontro entre a testa e o focinho (stop) é suave demais. Qual a causa: herança genética.
Em que idade se nota: a partir de oito semanas de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

Olhos

Certo.: Expressão Doce

Errado.: Redondo

Errado.: Claros

CERTO: EXPRESSÃO DOCE - O formato dos olhos é um meio-termo entre o redondo e o amendoado. A cor é marrom ou em tom de avelã. A expressão é doce e inteligente.
ERRADO: REDONDOS - Os olhos são redondos, descaracterizando a expressão doce e conferindo-lhe um ar de "assustado".
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: a partir de oito semanas de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

ERRADO: CLAROS - Em vez de marrons ou avelã, os olhos são claros: verdes ou amarelos.
Qual a causa: herança genética. Em que idade se nota: em exemplares pretos ou amarelos, a partir dos 45 dias. Já nos chocolate, com cerca de quatro meses.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais.
Como tratar: não há tratamento.

Orelhas

Certo.: Comprimento Médio

Errado.: Longas demais

CERTO: COMPRIMENTO MÉDIO - As orelhas são inseridas um pouco acima da linha dos olhos e, quando o cão está em repouso, o comprimento alcança a arcada dentária inferior. Puxando-as em direção aos olhos, atingem no máximo a glândula lacrimal, localizada no canto interno dos olhos.

ERRADO: LONGAS DEMAIS - As orelhas, quando o cão está em repouso, ultrapassam a arcada dentária inferior. Se puxadas em direção aos olhos, ultrapassam a glândula lacrimal.
Qual a causa: herança genética.
Em que idade se nota: a partir dos três ou quatro meses de idade.
Como prevenir: com a boa escolha do filhote e de seus pais. Como tratar: não há tratamento.

TEMPERAMENTO NOTA MIL

LabradorMuito do sucesso do Labrador deve-se ao seu temperamento. Consagrado como o cão de família por excelência, ele se destaca pela disposição para acompanhar o dono em qualquer tipo de atividade, pela imensa sociabilidade com pessoas desconhecidas e outros animais, pela natural predisposição à obediência e pelo espírito pouco destrutivo e pouco latidor.

Cães & Cia, na reportagem sobre a raça publicada em maio de 1997, já alertava sobre o aparecimento de exemplares com temperamento atípico. "De lá para cá, as coisas parecem ter piorado ainda mais", comenta a criadora Romy Fields.

Há Labradores exageradamente ativos, latidores, destruidores, desobedientes e até agressivos.

"Recebo muitas ligações de pessoas dizendo que não sabem o que fazer para acalmar seus Labradores", conta Romy. Não é novidade que o mau temperamento pode ser herdado, adquirido ou ainda resultado da soma dos dois fatores.

O primeiro passo para diminuir as chances de adquirir um Labrador geneticamente predisposto ao mau temperamento é conhecer os pais do filhote, que não podem ser agressivos nem ativos demais. Quanto a detectar o temperamento do próprio filhote, existem vários testes que podem ser aplicados e que graduam a tendência à agressividade, à atividade e a diversas outras características.

Na edição passada, Cães & Cia reproduziu um deles na íntegra: o teste de Volhard. "Para quem não tiver condições de aplicar um teste desse tipo, vale ressaltar que um bom filhote de Labrador, mesmo com dois meses de idade, já presta muita atenção no ser humano, já olha em nossos olhos quando falamos com ele, como se estivesse querendo nos entender", ilustra Romy. Um exemplar disperso, do qual é difícil 'capturar' a atenção, é um bom candidato ao temperamento atípico. No que se refere ao temperamento, ter um Labrador de boa carga genética já é mais de meio caminho andado. Por não ser uma raça com espírito dominante nem independente demais, condicionar um bom exemplar a respeitar as regras da casa é uma tarefa fácil, basta impor os limites e não confiná-lo.

PARA SABER

Clubes: Grã-Bretanha - The Labrador Retriever Club. Tel. (00XX441705) 63-2385.
Livros: The Labrador Retrievers Today, de Carole Coode, da Ringpress Books Limited, Letchworth, UK. Tel. (00445995) 63-800. 
Agradecemos aos entrevistados e também a Marisa de Santis Miloni Oliveira e a Luciana Puggina (proprietária de um Labrador) pelo auxílio na produção fotográfica.
Reportagem, Roteiro e Texto: Flávia Soares.
Revisão técnica (secretariada por Fabio Bense): Completa - Maria Cecília Gonzaga, Hilda Drumond e Romy Fields.

Publicado na Revista Cães e Cia.


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