DISPLASIA DE COTOVELO
O termo displasia de cotovelo (DC) ou Elbow dysplasia (ED) em inglês, é um termo genérico que descreve a doença degenerativa da articulação do cotovelo. Existem 3 diferentes causas que podem levar ao diagnóstico de displasia do cotovelo, sendo que elas podem ocorrer sozinhas ou combinadas entre elas. O diagnóstico desta doença é razoavelmente novo e pode causar confusão nos proprietários e nos médicos veterinários em relação das suas causas, prevenção e opções terapêuticas.
Fig. 1. Articulação do cotovelo - visão lateral:
1. Humurus = Úmero (osso do braço)
2. Radius = Rádio (osso do antebraço)
3. Ulna = Ulna (osso do antebraço)
Fig.2. Articulação do cotovelo - visão anterior:
1. Humurus = Úmero (osso do braço)
2. Radius = Rádio (osso do antebraço)
3. Ulna = Ulna (osso do antebraço)
A "DC" ocorre predominantemente em raça de cães grandes ou gigantes. A OFA instituição americana de ortopedia veterinária, mantém dados estatísticos sobre a ocorrência em diversas raças, sendo registrados casos em 87 raças. A incidência varia entre 0 % (raça border collie) até 47,8% (raça chow chow). A média geral é de 11,1%, sendo os machos mais acometidos que as fêmeas, e entre 20 a 35% dos casos são bilaterais.
Cães com "DC" podem ou não apresentar sintomas com dificuldades para andar. O caso típico é apresentar dificuldade para andar entre 5 e 12 meses de idade, entretanto pode surgir até 5 ou 7 anos de vida. Esta dificuldade pode ser variável de intensidade e episódica (periódica). Alguns cães podem apresentar melhora da dor com o repouso, mas que piora com esforço físico. Saltar ou pular repetidamente podem piorar os sintomas. O diagnóstico clínico exige uma cuidadosa observação e o acometimento das duas articulações pode dificultar o diagnóstico clínico. Uma hiperextensão do cotovelo pode causar dor.
Para facilitar a discussão as três causas de "DC" serão discutidas separadamente, devendo sempre lembrar que elas podem estar sobrepostas. A importância da sobreposição das três causas ainda não foi bem definida.
O processo anconeal é uma pequena pirâmide na extremidade superior da Ulna. No filhote ou cão jovem a cartilagem gradualmente se transforma em osso e se "une" ao restante da Ulna aproximadamente entre os 4 a 5 meses de idade. Se essa "transformação" falhar teremos um processo anconeal não unido (UAP em inglês). O "UAP" causa uma degeneração da articulação e inflamação, causado pelo atrito entre a processo e a parte "desprotegida" do osso.
A osteocondrite dessicans (OCD em inglês) pode ocorrer em muitas articulações, mas o cotovelo é a mais comum. A OCD é uma fratura vertical da cartilagem articular do Úmero, que pode provocar um "flap" (fragmento) da cartilagem. Este "flap" causa a degeneração articular causado pelo processo inflamatório local.
O processo coronóide é uma pequena porção óssea da Ulna, que se articula com o Úmero. Do mesmo modo que o processo anconeal, o coronóide é uma cartilagem que gradualmente se transforma num osso, se unindo ao restante da Ulna. Um defeito nessa fusão cria um fragmento (flap) que leva ao desenvolvimento de uma doença degenerativa da articulação.
A causa exata da "DC" ainda é controversa. Um número de fatores predisponentes tem sido identificado e assim, recentemente, novas teorias tem ganho força para propor novas explicações para o desenvolvimento da displasia de cotovelo.
A osteocondrite dessicans (OCD) tem ao menos 3 possíveis causas. A hereditariedade é fator importante, com tendência familiar demonstrada pelos dados da OFA. O trauma articular também é um fator envolvido, devido as áreas envolvidas serem as submetidas às maior desgaste mecânico. Cães que vivem em pisos duras tem uma incidência maior de "OCD". A terceira causa é o baixo suprimento arterial da cartilagem, que ainda não tem uma explicação adequada.
Teorias recentes são uma taxa de crescimento diferente entre a Ulna e o Rádio ou uma formação anormal da tróclea (da Ulna) tem sido correlacionados ao desenvolvimento da displasia de cotovelo. A articulação do cotovelo é complexa, criada pela junção de 3 ossos (ùmero, rádio e ulna) que normalmente se unem e não admitem grandes modificações. Se a taxa de crescimento desses ossos é mudada, ou se sua estrutura não se forma corretamente, isso ocasiona lesão à articulação.
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