DIOCTOFIMOSE RENAL
Entre os vermes classificados no grupo dos Nematelmintos, existe o denominado Dioctophyme renale, que parasita o cão, raposa, lobo, visão, marta, nutria e também o homem. Raramente também o cavalo, porco e os animais ruminantes em geral, porém pode também excepcionalmente ser encontrado parasitando esses animais.
Tem esse parasita (veja figura ao lado) a particularidade de ser encontrado no interior dos rins dos seus hospedeiros do qual parênquima se alimenta, porém também no interior da cavidade abdominal.
Têm o verme, quando adulto, coloração vermelha sangüínea, sendo adelgaçado em suas extremidades, chegando a medir quando adulto até 45 cm de comprimento por 3 a 6 mm de diâmetro as espécies do sexo masculino, e as fêmeas até 103 cm de comprimento por 5 a 13 mm de diâmetro.
Vivendo quando adultos no interior dos rins de seus hospedeiros, põem as fêmeas seus ovos que são eliminados juntamente com a urina dos animais parasitados, podendo esses ovos permanecerem viáveis por até 2 anos na terra úmida ou na água. Ao final de 1 a 7 meses desses ovos (veja figura ao lado) eclodem larvas chamadas de primeiro estágio, que sendo ingeridas por caranguejos de águas doces como rios e lagoas, passam para as brânquias desses animais que funcionam como seus hospedeiros intermediários. Algumas variedades de peixes também podem ser parasitadas pelo verme, sendo chamados esses peixes de hospedeiros de transporte, tais como aqueles da espécie Cyprimus cephalus entre outras. Evoluem essas larvas do parasita para os estágio chamado de II grau no mesentério de seus hospedeiros intermediários, passando em seguida para a forma denominada de Larvas infestantes de III e IV graus, quando medem em torno de 240 a 280 micra de comprimento por 14 micra de diâmetro.Na eventualidade de serem esses peixes ou caranguejos ingeridos por outros animais mais evoluídos na cadeia zoológica, como cães, passam a parasitar em definitivo esses hospedeiros, os quais são agora chamados de definitivos por albergarem os vermes já adultos. Havendo necessariamente a passagem durante o ciclo parasitário, primeiro das larvas por um hospedeiro intermediário ou de transporte para chegarem por fim ao seu hospedeiro definitivo, é chamado esse tipo de parasitismo como heteroxeno.
É desconhecido o caminho percorrido pelos vermes para chegarem até os rins de seus hospedeiros quando adultos, porém, nessa fase determinando a destruição do parênquima renal que lhes serve de alimento, provocam danos irreparáveis inclusive a morte de seus hospedeiros. Muitos desses parasitas são encontrados no interior da cavidade abdominal por terem destruído um dos rins de seus hospedeiros, e nessa cavidade continuam sua destruição de outras vísceras inclusive mesentérios de alças intestinais. Algumas vezes chegam a destruir a própria cápsula hepática e mesmo a superfície do fígado, formando no local nódulos por reação do próprio órgão, assim como ocorre também no baço e epíploon. Quando o parasitismo se localiza apenas num dos rins, pode o animal parasitado sobreviver por longo período, porém com sintomas decorrentes de cólicas.
O diagnóstico do parasitismo é feito quando encontrado ovos do parasita junto à urina, sendo tais ovos de aspecto característico.
Apenas a cirurgia com extirpação ou do parasita ou mesmo do rim enfermo, até o momento é a única medida existente para tratamento.