O QUE É UM VERDADEIRO CINOFILO


É comum no meio cinófilo as pessoas dizerem que determinada pessoa sempre foi um grande cinófilo. Isto porque tal indivíduo é detentor de influência ou prestígio que aparentemente são qualidades e virtudes que várias pessoas acreditam ser características indispensáveis de um verdadeiro cinófilo.

Mas quais são as marcas que levam alguém a ser considerado realmente um cinófilo? Como se pode afirmar tal coisa sem risco de se enganar?

O dia-a-dia, o convívio, a observação de conduta e procedimentos etc, de um cinófilo, certamente nos dá o caminho porque "conhece-se a árvore pelos frutos que produz”. É impossível que uma boa árvore produza maus frutos, assim como é impossível á árvore ruim produzir bons frutos. Assim é o cinófilo: se dele advém boas coisas, atitudes corretas, gestos edificantes, ele é como uma boa árvore que produz bons frutos. Se for ao contrário, se seu caráter for falho, por mais que tente mascarar sua personalidade, não conseguirá: é uma árvore ruim, que produz frutos ruins. O poeta e filósofo Emerson disse: “o que a pessoa é na realidade paira sobre sua cabeça, e brada tão alto que é impossível ouvir sua voz dizendo o contrário numa vã tentativa de ludibriar os outros".

Ao contrário do mau cinófilo, o bom cinófilo é aquele capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem e o constranjam a agir, a sentir, a fazer e a querer o que quer que seja. A liberdade não é tanto o poder para escolher entre várias possibilidades, mas o poder para se autodeterminar, dando a si mesmo regras de condutas, sem precisar deixar agir de alguma maneira para não se comprometer, ficar mal com alguém ou “criar constrangimentos” e, assim, passar anos na cinofilia sendo “queridinho” por todos!...

Portanto, somente é de fato um bom cinófilo, aquele que é senhor de si mesmo. O verdadeiro cinófilo, sabe respeitar o direito alheio , conhece os limites entre o certo e o errado e não se rende, sob nenhum pretexto, a conivência com procedimentos ignóbeis.

Para que a gente possa considerar alguém um bom cinófilo equivale a dizer que ele é uma pessoa íntegra, que tem sua conduta pautada em sólidos princípios éticos e morais, cumpridor de suas obrigações de deveres cinófilos, reto em seus compromissos, honesto em suas atitudes, respeitador e correto em todos os sentidos e, principalmente, incapaz de comprometer ou responsabilizar indevidamente alguém para tirar o “seu corpo fora” ou para não assumir a responsabilidade de seus erros, das suas falhas e dos seus enganos. O verdadeiro cinófilo é incapaz de comprometer alguém ou acusar alguém injustamente para tirar dos seus ombros o peso da responsabilidade dos erros que são seus.

O coração de um verdadeiro cinófilo não aceita as injustiças e não compactua com o erro e a maldade. E mais do que isso, ele se inquieta, se revolta e luta contra todo tipo de injustiça e ou procedimento errado e que contraria regras, normas e regulamentos e, principalmente, que esteja dentro dos padrões da moralidade.

O verdadeiro cinófilo jamais se curva, jamais abre mão de seus ideais, nunca se omite em sua missão altruística, mesmo que seja em sua luta inglória em favor do que é certo, do que ético e do que é moral.
Por outro lado o mau cinófilo é adepto da prática do “salve-se quem puder”, do “cada um por si”, do “pouca farinha meu pirão primeiro”, além de ser adepto da famigerada “Lei de Gerson”, onde crê que o importante é levar vantagem em tudo.

Quando testemunhamos que um verdadeiro comportamento cinófilo está sendo relegado a segundo plano por motivos fúteis, quando vemos normas e regulamentos sendo quebrados por displicência, por negligência, por falta de atenção, pelo não comprometimento com o que é certo, não podemos nos omitir e precisamos mais do que nunca demonstrar o nosso repúdio como se estivéssemos numa batalha, embora não sangrenta, mas igualmente árdua, que espera pela nossa determinação em não nos deixarmos abater ou abandonar a cinofilia porque nos sentirmos impotentes, pequenos, sozinhos; porque a presença de bons cinófilos, mesmo que poucos, será sempre a melhor arma para, pelo menos, oxigenar o ambiente que muita das vezes fica poluído por maus cinófilos.

Entretanto, quando nos deparamos com um incauto, um dissimilado que equivocadamente se faz passar por um bom cinófilo, lamentavelmente, para nós tal pessoa não passará além e tão somente de uma grande decepção. Com certeza, as exigências das práticas do verdadeiro comportamento cinófilo, pesadas ao fraco de caráter, se encarregará com o “Tempo” de mostrar quem é quem, porque nada nem ninguém consegue enganar o “Tempo”.

O verdadeiro cinófilo sabe que não há melhor argumento que sua própria existência. Ele se impõe no seu ambiente influenciando-o positivamente, não de forma arrogante, arbitrária ou por uma possível influência que possa ter, mas por sua conduta e pelo seu exemplo.

Tolo é aquele que pensa que tudo sabe ou que tudo tem, porque por mais que um cinófilo saiba ou por mais que ele tenha, ele verá sempre que no seu comportamento terá lugar para uma melhoria, pequeno que seja. E depois outro, outro, e mais outro, assim infinitamente. Por mais que se saiba ou por mais que se tenha, sempre restará algo a aprender, novas lições a assimilar, sempre restará algo que ainda não tenha porque só temos tudo quando podemos deitar nossa cabeça com serenidade no travesseiro.

Na escola da vida, assim como na cinofilia, não há formandos, ou formados, apenas eternos alunos em busca do aperfeiçoamento.

Fixemo-nos pois, nas principais características que distinguem o verdadeiro cinófilo e não nos desvirtuemos de nosso objetivo maior os nossos cães!

Mantenhamo-nos livres e firmes na prática da verdade, da moral, da ética e dos bons costumes, no cumprimentos das normas e regulamentos, no respeito às pessoas, e que com o auxilio do "DEUS" nossos corações sejam cada vez mais sensíveis ao bem, ao que é certo e ao que é digno.

Porque, buscar ser um cinófilo correto não é um simples mérito, é uma obrigação.

O ser humano pode enganar a tudo e a todos, menos a DEUS!