DISPLASIA COXO-FEMORAL - DIRETO AO PONTO
Provavelmente a moléstia de natureza genética mais freqüentemente encontrada nas raças de maior porte e de crescimento rápido tais como o Rotweiller, Pastor Alemão, Bulldog (todos), Labrador, São Bernardo, etc no mundo inteiro é a questão da displasia coxo-femural.
Enquanto nos EUA grande parte dos criadores estão crescentemente preocupados com esse problema (hoje em dia cerca de 79% dos criadores efetivamente usando métodos oficiais tais como o PennHip e o OFA - veja as estatísticas no final dessa página), no Brasil esse problema parece ainda estar longe de ser resolvido, com muitos criadores ainda parecendo desconsiderar a displasia como um problema verdadeiro, e fazendo muito pouco ou quase nada para evitar que o problema se espalhe ainda mais.
Direto no ponto: Ok, você já entendeu que displasia é um problema sério na raça, más não está disposto a ler a página inteira, e somente quer saber o que deve/pode fazer sobre isso!!! Aqui as respostas rápidas: Para quem está pensando em comprar um filhote Se você está pensando em comprar um filhote, exija ver a chapa e laudo de displasia dos pais do filhote (note que são duas coisas diferentes, raio-x e laudo). O laudo deve ser "A", "B" ou no mínimo "C". Não aceite desculpas e explicações, e não se deixe intimidar. Se possível evite também laudos emitidos por veterinários que não tenham especialização no assunto ou não estejam devidamente qualificados/autorizados pelo Colégio Brasileiro de Radiografia Veterinária (CBRV). Com isso você reduz sensivelmente as chances de comprar um filhote que venha a desenvolver problemas mais tarde. Se o criador tiver os laudos dos avós, melhor ainda. Faça a sua parte. Infelizmente todos os anos dezenas de novos proprietários se arrependem a um preço muito alto por não terem dado a devida atenção a essa dica. Para quem já é proprietário de um LAB ou Criador Se você é proprietário ou criador de LAB, procure ler e entender sobre esse problema que é tão sério, e que se alastra cada vez mais. Lembre-se: Só você pode mudar essa história. Comece tirando a chapa e laudo de displasia dos seus cães, e só cruzando aqueles com "notas" "A", "B" ou "C". Veja aqui a lista dos locais onde poderá tirar a chapa/laudo na sua cidade. Certifique-se de que o veterinário tem especialização e está autorizado a emitir laudo. Senão, peça para que ele envie o raio-x para emissão de laudo oficial pelo CBRV ou profissional especializado. |
Daqui para baixo a história completa....
(...) outra
desculpa que é comumente ouvida de criadores é, "oh..., essa
é uma raça com características de conformação coxo-femural diferente,
e portanto os resultados de exames do OFA ou PennHip não significam
absolutamente nada", ou ainda "meus cães não tem problema de
displasia já que os mesmos podem correr e pular". Ou isso é pura e
simples ignorância, ou simplesmente uma tentativa de enfiar a sua
cabeça no meio da areia. Bulldogs americanos, em comparação com outras
raças, podem e apresentam excelentes resultados de exame de displasia,
apesar de existirem muitos cães com problemas crônicos de displasia.
Dependendo do grau de displasia, o cão simplesmente deve ser ISOLADO do
processo de cruza. Displasia é um problema genético fortemente transmissível
de geração em geração. Nenhuma raça de grande porte ainda conseguiu
eliminar esse problema por completo, mas você pode reduzir dramaticamente
o nível de incidência cruzando SOMENTE cães com boa conformação
coxo-femural (...) |
O que é a displasia?
A displasia é o termo que se dá à má formação nas articulações, com maior incidência nas coxofemurais (ligação entre a bacia e os membros traseiros). Pode desenvolver-se em cães de todas as raças, mas principalmente em raças grandes e naquelas de crescimento rápido (Labrador, São Bernardo, Rotweiller, Pastor Alemão, Bulldog, Mastiff, etc). Tem origem POLIGÊNICA (mais de um par de genes envolvidos) e atinge igualmente machos e fêmeas. A displasia (coxo-femural e a de cotovelo) pode comprometer uma ou ambas articulações (normalmente atinge as duas) levando, com o tempo, à formação de artrite/artrose e outros problemas crônicos, e à consequente degeneração da qualidade de vida do animal.
A única forma de se avaliar a qualidade das articulações coxo-femorais de um animal é por meio de exame de raio-x específico (exame de displasia) que é então avaliado por um especialista no assunto, que dará um LAUDO (laudo de displasia) que poderá ser de "A" (articulação sem nenhum sinal de displasia) até "E" (articulação com displasia grave).
Como a displasia é transmitida?
A displasia como má formação das articulações é transmitida de forma hereditária. Os estudiosos do assunto asseguram que cerca de 92% de filhotes onde ambos os pais são displásicos serão também displásicos. É também influenciada (agravada) por fatores ambientais tais como pisos lisos, obesidade, trabalhos precoces e exercícios forçados. A ÚNICA FORMA DE COMBATE-LA é mediante a seleção sucessiva dos exemplares, deixando aqueles que apresentam tendências à displasia fora do processo de reprodução.
Sendo a displasia poligênica, isso significa então que não basta cruzar animais livre do mal para termos filhotes livres do mal? É isso? Se sim, qual o ponto de se radiografar o animal antes de cruzá-lo?
Infelizmente é isso mesmo. Ao contrário de atributos de natureza genética tais como cor dos olhos a displasia é poligênica. Isso significa que há vários pares de genes envolvidos no processo o que dificulta consideravelmente o trabalho de "limpeza" do pool genético do mal.
Isso é apenas MAIS UM MOTIVO para os criadores procurarem trabalhar SÉRIO dentro do seu programa com essa questão. A experiência dos criadores de Pastor Alemão mostra que em 5 ou 6 gerações de seleção séria (somente cruzando cães com laudo NEGATIVO de displasia) aumentaremos a mais de 90 a 95% as chances de produzirmos cães sem problemas.
Assim, não basta uma geração para garantir filhotes livres do problema. Por outro lado, esse fato não é justificativa para os criadores não iniciarem um trabalho sério quanto a esse assunto. O trabalho precisa ser feito, e sempre começa por não cruzar cães com displasia. Quanto mais se seleciona o plantel, maiores as chances de produção de cães livres do mal.
Então existem fatores ambientais associados à displasia?
De uma certa forma, sim. O agravamento das condições das articulações, uma vez o cão tenha herdado o mal geneticamente, tem forte associação a fatores ambientais e de manejo, que podem, E DEVEM, ser observados pelos criadores e proprietários de cães (ver o quadro abaixo). Para minimizar a influência dos fatores ambientais, criadores e proprietários devem procurar
Porquê criadores de bulldog americano tem opinião tão diferente sobre o assunto?
Essa pergunta é bastante pertinente, haja vista que existem pessoas nessa e em outras raças tentando colocar esse assunto como uma disputa de "opiniões". O fato, contudo, é que displasia não é questão de opinião, e sim uma questão científica que tem sido investigada e estudada a dezenas de anos, explicada e explorada através do trabalho sério de centenas e centenas de cientistas, criadores e especialistas em cinofilia do mundo inteiro buscando um entendimento e formação de conhecimento sobre o assunto (veja os links). Com isso a incidência de displasia em raças tais como o Pastor Alemão, Rotweiller e Labrador diminuiu drasticamente. Nessas raças somente os cães podem cruzar se tiverem raio-x e LAUDO de displasia (no mínimo com nota C, mas preferivelmente A ou B).
NÃO SE TRATA POIS DA OPINIÃO DO CRIADOR "A" CONTRA A DO CRIADOR "B".
Na raça Labrador foi somente nos últimos 15/20 anos que os principais criadores americanos passaram a entender melhor o problema e EFETIVAMENTE trabalharem para resolver o problema. Isso passa, como nas outras raças, cruzarem preferencialmente os cães com laudo A, B ou C. É um trabalho duro, e que passa por ter a CORAGEM de radiografarem os seus cães e NÃO utilizarem cães com laudos D e E (displasia moderada e severa). No Brasil espera-se que os criadores procurem entender melhor o problema, e tome os passos necessários para limpar o pool genético dos nossos cães desse mal.É verdade que eu preciso ser veterinário(a) para entender e discutir sobre o problema?
Displasia é uma questão estudada, pelo menos superficialmente, em qualquer boa escola de veterinária, mas isso não significa que você precisa ter um diploma de veterinário(a) para entender o problema a um nível de profundidade suficiente para saber quais as ações precisam ser tomadas como criador, proprietário, ou interessado em adquirir um filhote da raça.
É similar ao cidadão comum que não precisa ser engenheiro mecânico para saber que aquela "fumacinha" branca saindo do escapamento do carro que você está querendo comprar é sinal de motor em mal estado.
Não se deixe intimidar! As informações mostradas nessa página são mais do que suficientes para ajudar você, proprietário, criador, ou simplesmente interessado na raça, entender o assunto, e tomar as decisões corretas.
Ainda em dúvida???
Entre em contato com o Kennel local, com a associação de criadores de Rotweiller ou Pastor Alemão mais perto da sua casa, o CBRV (Colégio Brasileiro de Radiografia Veterinária), ou mesmo com qualquer veterinário na sua cidade.O que fazer se algum veterinário tiver opinião diferente da mostrada nesse site?
Primeiro é bastante estranho e muito pouco provável que algum veterinário tenha uma opinião divergente da mostrada aqui nessa página, já que a mesma é baseada em conhecimento comum, amplamente divulgado e estudado por toda a comunidade veterinária no mundo inteiro. Começe procurando saber se o veterinário em questão tem algum motivo pessoal para ter a opinião que tem. Se não for o caso, pode ser que o veterinário esteja simplesmente desatualizado, precisando de uma boa reciclagem sobre o assunto, o que é perfeitamente normal em qualquer profissão.
De qualquer forma, lembre-se que o que está escrito aqui não se trata de opinião, mas de ciência, e ciência é baseada em fatos, não opiniões. Na dúvida entre em contato com o Kennel clube local, com a associação de criadores de Rotweiller ou Pastor Alemão mais perto da sua casa, o CBRV (Colégio Brasileiro de Radiografia Veterinária, ou mesmo com qualquer veterinário [neutro] na sua cidade para tirar uma segunda, terceira ou quarta opinião sobre o assunto.
Quais as "conseqüências" da condição displásica?
Em uma parte considerável dos casos onde um determinado cão é diagnosticado displásico (laudos D e E), a condição displásica poderá se tornar uma artrite quando o cão se torna adulto ou na velhice. A figura abaixo mostra essa transformação. Por outro lado existem relatos de ABs "clinicamente" displásicos (laudo D e E) não desenvolverão nenhum problema ao longo de suas vidas. Normalmente isso está associado à uma musculatura forte, e também à resistência peculiar da raça à dor.
Entenda
o desenvolvimento da displasia e suas conseqüências
Notas: · A propensão genética é de longe o fator mais importante no desenvolvimento da displasia, seguido pelos fatores ambientais e de manejo. 92% dos cães onde AMBOS os pais são displásicos serão também displásicos. Daí a necessidade de um trabalho sério dos criadores selecionando e usando apensas cães livres de displasia POR VÁRIAS GERAÇÕES. · Pode ocorrer situações onde mesmo com pais clinicamente displásicos (i.e., com laudo de displasia D e E), o cão não desenvolve problemas associados à condição. Da mesma forma que poderá haver situações onde pais não displásicos (clinicamente) desenvolverão a condição. Ambos os casos são possíveis, mas MENOS PROVÁVEIS. Isso acontece dado á natureza poligênica (e recessiva) da displasia. · Um cão clinicamente displásico poderá desenvolver problemas sérios de artrite e outras degenerações da articulação coxo-femoral. Geralmente isso acontece com o cão já adulto (4-5 anos), mas pode acontecer com cães mais novos (já a partir dos 6 meses). · Em alguns casos, especialmente na raça bulldog americano, cães clinicamente displásicos muitas vezes não desenvolvem nenhum problema de natureza degenerativa da articulação. Acredita-se que isso se deve à musculatura avantajada do traseiro do bulldog americano, que ajuda a segurar a cabeça do fêmur à cavidade acetabular. Isso não justifica, contudo, que os criadores não excluam da sua criação os cães clinicamente displásicos. · Aos criadores recomenda-se seriedade. Todos os cães do plantel devem ser radiografados e diagnosticados. Cães clinicamente displásicos (graus de displasia D e E) não devem, em hipótese alguma, serem cruzados. · Aos proprietários recomenda-se no mínimo não adquirir filhotes de cães que não tenham sido radiografados. O ideal contudo é que nem os pais do filhote, e nem os avós, tenham displasia (confirmado com raio-x e laudo). Recomenda-se ainda promover o controle de displasia, o que significa : o Evitar deixar o cão em pisos lisos (cimento queimado, azulejos, pisos frios, etc), o Evitar exercícios físicos exagerados, em especial antes da idade de 18 meses, o Evitar a sobre-alimentação e obesidade. Bulldogs são cães "gulosos". Controle a quantidade de comida do seu cão. |
Podem existir casos de pais displásicos e filhos/netos sem displasia? E pais normais com filhos/netos displásicos?
Ambos os casos são possíveis. Conforme explicado acima, sendo a displasia poligênica (e também recessiva) é impossível assegurar que pais normais terão filhos não displásicos, e vice-versa (ver quadro acima). Note contudo que existe uma PROBABILIDADE MUITO MAIOR de pais displásicos desenvolverem filhotes displásicos. E é por isso que a melhor forma de se evitar displasia é NÃO CRUZAR cães displásicos. Todo o trabalho então é no sentido de redução continua da probabilidade de incidência de displasia no linhagem sendo trabalhada. Em algumas gerações (5 ou 6, segundo especialistas) já é possível garantir que toda uma ninhada será livre do problema.
Quais o sintomas da displasia?
Dependendo do grau da displasia, a condição poderá levar a uma artrite (osteoarthritis), o que geralmente irá provoca muitas dores no animal quando este se locomove, além de proporcionar um andar imperfeito, o que afeta a resistência do animal. Em casos extremos o cão poderá se tornar totalmente inútil, não conseguindo sequer ficar de pé.
Animais:
(1) SEM DISPLASIA HD- e (2) COM DISPLASIA SEVERA HD+++
(veja o detalhe do "assentamento" da cabeça do fêmur à cavidade
acetabular)
Quando os sintomas aparecem?
Possíveis sintomas (conseqüência de um quadro displásico) podem aparecer já a partir dos quatro/seis meses e se baseia não apenas na dor, mas na claudicação, dificuldade de locomoção, dificuldade de levantar-se, atrofia muscular, mobilidade alterada (excessiva ou diminuída) dependendo da fase (aguda e crônica respectivamente) e, finalmente, crepitação ao exame clínico da articulação.
O diagnóstico definitivo só é realizado com o auxílio de raio X, com o cão na idade de 2 anos. Note porém que um diagnóstico preliminar (aos 6 meses) é a melhor forma de se proceder. Segundo o próprio OFA, em mais de 70% dos casos o diagnóstico (positivo ou negativo) do diagnóstico preliminar se repete no diagnóstico definitivo (cão adulto).
*** Meus cães correm e pulam. Será que ainda assim ele pode ter displasia?
Muitas pessoas possuem cães que apresentam displasia em diversos graus e não sabem. Acham inclusive que é "impossível" que seu animal possa ter este problema uma vez que correm, pulam e saltam enormes alturas sem dificuldade. A única forma de se certificar é por meio de exame de Raio X, em clínicas especializadas. Fale com o seu veterinário, ou contate o Kennel club da sua região para saber onde o exame pode ser feito.
Muitas pessoas possuem cães que apresentam displasia em diversos graus e não sabem. Acham inclusive que é "impossível" que seu animal possa ter este problema uma vez que correm, pulam e saltam enormes alturas sem dificuldade. A única forma de se certificar é por meio de exame de Raio X, em clínicas especializadas. Fale com o seu veterinário, ou contate o Kennel club da sua região para saber onde o exame pode ser feito.
Posso cruzar cães
com displasia?
A
princípio você pode fazer o que bem entender com o seu animal. É contudo fortemente
contra-indicado a cruza de animais com displasia, especialmente aqueles
com displasia forte HD++ (D) e severa HD+++ (E). Como explicado acima, a
displasia tem um componente genético muito forte, e a forma de erradicar o mal
é não cruzando animais displásicos. Cruzar animas HD++ (D) ou pior é
eternizar o problema.
* Animais HD++ (D) e HD+++ (E) devem ser esterelizados, por mais belo que seja o animal!
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3
4 |
56 |
Mais detalhes (explicações em inglês) em: http://www.offa.org/hdgrade.html
O que fazer para evitar que o cão manifeste os sintomas (conseqüências) do mal?
Veja
abaixo algumas sugestões para evitar que as conseqüências da displasia
coxo-femural atinja seu cão:
·
Evitar pisos lisos. Tenha cuidado especial na
hora de construir o canil para o cão. O ideal é o chão cimentado, mas não
liso demais que fique escorregadio quando molhado (como no caso do piso de
cimento queimado) e nem áspero demais que gaste a superfície dos pés e
cotovelos do animal.
· Colocar a cadela e seus filhotes recém-nascidos sobre uma superfície
levemente rugosa, como por exemplo a face áspera do eucatex, para que
os filhotes possam locomover-se com mais firmeza sem escorregar (atenção para
que o material utilizado não seja áspero demais e machuque os filhotes);
· A partir dos três meses, é recomendável exercícios moderados
(como a natação) visando fortalecer a musculatura pélvica, única estrutura
de tecidos moles que auxilia na manutenção das articulações e que pode ser
fortalecida (aumentada);
· Evitar ao máximo a obesidade; Tenha controle da
quantidade de comida que o seu cão ingere diariamente. Caso você tenha mais de
um cão, alimente-os separadamente. Siga rigorosamente as instruções na
embalagem da ração que você está usando. Procure manter seu AB esbelto.
· Evitar exercícios forçados e/ou precoces que podem provocar não
apenas a displasia como também artroses. Deve-se evitar exercitar seu cão
andando de bicicleta ou andando de carro e obrigando a cão a segui-lo, pois
certamente estará forçando os limites do animal.
Existem
Não, não existem remédios para evitar displasia. Para se evitar displasia a única solução é não cruzar cães displásicos. Os remédios disponíveis no momento tem como objetivo minimizar o sofrimento de cães displásicos e ainda para ajudar na reformulação da cartilagem da articulação atingida.
Não, não existem remédios para evitar displasia. Para se evitar displasia a única solução é não cruzar cães displásicos. Os remédios disponíveis no momento tem como objetivo minimizar o sofrimento de cães displásicos e ainda para ajudar na reformulação da cartilagem da articulação atingida.
De qualquer forma existem alguns laboratórios no exterior trabalhando, e já testando, complementos alimentares (compostos vitamínicos) que tem como objetivo fortalecer as juntas e tendões dos animais, e assim tentar minimizar o aparecimento das conseqüências da displasia em animais que tenham herdado geneticamente o mal. Os resultados tem sido bastante promissores, como por exemplo e o caso do condroton e Glucosamina.
Como verificar se os pais do filhote que quero comprar são livres de displasia?
Exija ver a chapa de displasia e o laudo de ambos os pais do filhote que está contemplando. Tenha certeza também que o laudo foi emitido por entidade oficial, ou por veterinário especialista no assunto. Desconfie se o criador ou vendedor não quizer lhe mostrar esses documentos. Quem não deve não teme, e é certo que o criador fará QUESTÃO de te mostrar os comprovantes, laudos, etc. E não se iluda: "As pessoas mentem por dinheiro"!
Quais as raças possuem maior incidência de displasia?
Abaixo as 50 raças com maior incidência de displasia nos EUA, obtido a partir dos dados coletados pelo OFA americano entre janeiro de 1974 e dezembro de 1999.
Raça |
#
Avaliações |
%
Notas Excelentes |
%
de animais Displásicos
|
1.
Bulldog |
225 |
0.0 |
73.3 |
2.
Pug |
157 |
0.0 |
62.4 |
3.
Otterhound |
199 |
0.0 |
52.3 |
4.
Clumber Spaniel |
284 |
3.2 |
50.3 |
5.
Neopolitan Mastiff |
100 |
1.0 |
47.0 |
6.
St. Bernard |
1,719 |
3.6 |
47.0 |
7.
Boykin Spaniel |
997 |
0.3 |
43.7 |
8.
Sussex Spaniel |
119 |
0.8 |
42.9 |
9.
American Bulldog |
475 |
4.0 |
36.2 |
10.
Newfoundland |
9,066 |
6.0 |
27.1 |
11.
American Stafforshire Terrier |
1,206 |
1.7 |
26.2 |
12.
Bloodhound |
1,779 |
1.9 |
25.9 |
13.
Bullmastiff |
2,952 |
3.0 |
25.8 |
14.
Chinook |
135 |
2.2 |
25.2 |
15. Fila
Brasileiro |
381 |
7.4 |
24.9 |
16. Maine Coon
Cat |
516 |
4.7 |
23.3 |
17.
Chesapeake Bay Retriever |
7,890 |
9.3 |
23.0 |
18.
Golden Retriever |
83,393 |
3.0 |
21.3 |
19.
Gordon Setter |
4,283 |
6.7 |
21.1 |
20.
Rottweiler |
76,197 |
7.3 |
21.1 |
21.
Field Spaniel |
357 |
5.0 |
21.0 |
22.
Chow Chow |
3,935 |
6.0 |
21.0 |
23.
Old English Sheepdog |
8,869 |
9.9 |
20.5 |
24.
Kuvasz |
1,274 |
9.7 |
20.5 |
25.
Norwegian Elkhound |
2,893 |
5.8 |
20.5 |
26.
Giant Schnauzer |
3,074 |
7.9 |
20.4 |
27.
Mastiff |
4,915 |
6.2 |
20.2 |
28.
Greater Swiss M Dog |
655 |
7.9 |
20.2 |
29.
American Pit Bull Terrier |
180 |
5.6 |
20.0 |
30.
German Shepherd Dog |
67,946 |
3.1 |
19.6 |
31.
Bernese Mountain Dog |
6,677 |
8.2 |
19.1 |
32.
English Setter |
6,218 |
6.6 |
18.7 |
33.
Black Tan Coonhound |
460 |
6.3 |
18.5 |
34.
Shih Tzu |
470 |
1.7 |
18.3 |
35.
Staffordshire Bull Terrier |
148 |
1.4 |
18.2 |
36.
Spinone |
297 |
15.8 |
18.2 |
37.
Welsh Corgi (Pembroke) |
5,131 |
2.2 |
17.5 |
38.
Beauceron |
138 |
13.0 |
17.4 |
39.
Harrier |
112 |
12.5 |
17.0 |
40.
Beagle |
240 |
1.7 |
16.7 |
41.
Welsh Corgi (Cardigan) |
570 |
3.51 |
16.7 |
42.
Briard |
1,303 |
11.0 |
16.4 |
43.
Brittany |
10,999 |
7.0 |
16.3 |
44.
Bouvier des Flandres |
5,444 |
5.3 |
16.2 |
45.
Welsh Springer Spaniel |
912 |
9.9 |
16.1 |
46.
Curly-Coated Retriever |
629 |
7.5 |
15.7 |
47.
Polish Lowland Sheepdog |
135 |
5.2 |
15.6 |
48.
Portuguese Water Dog |
3,010 |
10.4 |
15.5 |
49.
English Springer Spaniel |
8,142 |
7.2 |
15.4 |
50.
Pudelpointer |
204 |
13.7 |
15.2 |
51.
Irish Water Spaniel |
725 |
11.1 |
15.2 |
52.
Leonberger |
489 |
16.8 |
14.9 |
53.
Australian Cattle Dog |
1,613 |
2.8 |
14.7 |
54.
Akita |
12,252 |
15.1 |
14.5 |
55.
Chinese Shar Pei |
7,566 |
8.3 |
14.2 |
56.
Poodle |
10,944 |
9.3 |
13.6 |
57.
Komondor |
738 |
9.4 |
13.6 |
58.
Airedale Terrier |
3,361 |
6.9 |
13.2 |
59.
Labrador Retriever |
114,804 |
15.2 |
13.2 |
60.
Irish Setter |
8,332 |
7.1 |
13.1 |
O que é o OFA? O que eles tem haver com displasia?
O OFA (Orthopedic Foundation for Animals, Inc) é um orgão americano, não governamental e sem fins lucrativos, que visa ajudar no controle da displasia nos EUA através do estabelecimento de um banco de dados (cadastro) de todos os resultados de todos os animais examinados nos EUA. Todas as clínicas americanas que fazem o exame de displasia precisam ser certificadas pelo OFA. Nenhum certificado de displasia nos EUA é válido sem o carimbo do OFA. Detalhes sobre o OFA, em inglês, em: http://www.prodogs.com//chn/ofa/hip.htm
No Brasil a entidade que faz o papel semelhante ao OFA é o Colégio Brasileiro de Radiologia Veterinária (CBRV). Somente o CBRV poderá emitir o chamado 'laudo oficial' (ou por profissional qualificado por esse).
Quais os cuidados, então, devo tomar na hora da compra de um filhote?
Como já explicado acima, é ABSOLUTAMENTE ESSENCIAL que peça para ver o exame de displasia dos pais da ninhada (raio-x e LAUDO). NÃO ACEITE DESCULPAS ou EXPLICAÇÕES (ver abaixo). Lembre-se ainda de conferir cuidadosamente os dados no exame com o pedigree dos animais. Peça para ver os pedigrees e as respectivas chapas de displasia e laudos. Se o vendedor desconversar, DESCONFIE SERIAMENTE!
Infelizmente no Brasil temos vários criadores que não se importam, ou mesmo desconhecem, a existência do problema. Se o criador não tiver os comprovantes de exame de displasia dos pais NÃO COMPRE O FILHOTE, por mais bonitinhos que sejam.
No anúncio da revista o criador diz que faz "controle" de displasia. Porém, quando pedi para ver os certificados, ele desconversou... O que devo fazer? O que quer dizer "fazer controle de displasia"?
Muito atento ao significado da frase "fazer controle de displasia". Existe toda uma desinformação, intencional ou por ignorância, sobre o que significa fazer controle de displasia. Para muitos criadores fazer controle de displasia significa somente tomar cuidados tais como evitar que os cães fiquem gordos, evitar excesso de exercício físico, evitar pisos lisos, etc. Esses cuidados, apesar de importantes, são TOTALMENTE incapazes de evitar o aparecimento de uma displasia herdada. Como já explicado, o principal fator por trás da displasia é a sua natureza genética. Cães de pais displásicos irão quase que certamente desenvolver uma displasia, por mais cuidado que você tenha.
Sendo assim advogamos CUIDADO com criadores que dizem fazer controle de displasia. Dizer que faz controle de displasia é muito fácil. Qualquer um pode falar o que quiser, principalmente em anúncios pagos em revistas e sites na internet. Contudo, a única prova (garantia) de que o criador faz controle de displasia DE FATO é através da apresentação do da chapa e laudo de displasia dos seus animais, bem com o pedigree dos animais, para que você possa conferir.
Fazer controle de displasia significa não cruzar animais displásicos. E a ÚNICA forma de saber se um animal é ou não displásico é por meio de raio-x de bacia.
Qual a idade correta de se fazer o exame de displasia?
Segundo o OFA, a idade correta para se certificar um animal quanto é entre os 20 e 28 meses de idade. Antes disso você pode, e até deve, fazer um exame prévio (já pelos 5 ou 6 meses), mas o definitivo só deve ser feito mais tarde, com o animal já formado. Note porém que em mais de 70% dos casos (segundo o OFA) os resultados de uma avaliação aos 5 meses se repete ao longo da vida do cão.
Onde posso fazer o exame de displasia? Qualquer clínica que tenha raio-X serve?
Não! Esse exame é bastante específico, e deve ser feito SOMENTE em clínicas especializadas, que tenham profissionais realmente capazes de realizar o exame, e analisar de forma ISENTA e profissional o resultado. Veja a lista de especialistas em várias cidades brasileiras. Cuidado com clínicas que têm má reputação, ou que simplesmente não estão habituadas com esse tipo de exame.
Existe algum outro exame para comprovar o problema?
Sim. Existe o Penn-Hip, que é um exame mais recente, mais eficaz (menos sujeito a erros de interpretação). Infelizmente (pelo que sabemos) esse exame ainda não é disponível no Brasil. Para detalhes sobre o método veja o site: http://www.vet.upenn.edu/ResearchCenters/pennhip//ph_method.html
Para uma comparação (em inglês) entre o método do Raio-X e o Penn-Hip, veja, por exemplo: http://www.workingdogs.com/ofa_penn.htm
Meu animal desenvolveu displasia, o que devo fazer? Sacrificar o animal? Devolver ao vendedor? Ignorar? Tratar o animal?
O correto é cuidar do cão displásico. Existem vários tratamentos e remédios para amenizar a dor do cão e ainda outros que visam recuperar a cartilagem das articulações com problema. Converse com o seu veterinário sobre o assunto.
Se esse item consta no seu contrato de compra, você poderá até devolver o cão ao vendedor, mas tenha certeza primeiro que ele irá cuidar do cão, e não apenas sacrificá-lo.
Mais
informações (em inglês) sobre tratamentos para animais displásicos são
discutidos em: http://www.offa.org/hdtreat.html
e também em http://www.workingdogs.com/doc0090.htm
.
O que quer dizer "cláusula de displasia" em contrato de compra e venda de filhotes?
Em
primeiro lugar você deve pedir (ou mesmo exigir) que a existência de um
contrato de compra-e-venda do filhote. Você deve também exigir do vendedor a
inclusão de uma cláusula no contrato de compra e venda do filhote em que ele
se responsabilize pela substituição do filhote, caso o filhote apresente
displasia. Note porém que essa cláusula é atrelada aos cuidados que o
comprador irá dar ao cão, como por exemplo, não criá-lo em local com superfície
escorregadia, etc, e geralmente só tem validade para o primeiro ano de vida do
cão.
Forçar
os criadores a incluir essa cláusula contratual é uma boa maneira de mudar o
comportamento dos criadores.
E se o vendedor não aceitar essa cláusula?
Péssimo
sinal! Vá embora e procure um outro criador que aceite.
Cuidado e paciência na hora da compra do filhote é o primeiro (e forte) sinal de você está pronto para ser um criador RESPONSÁVEL.
Mas o vendedor na feira de animais onde eu olhei me disse que posso comprar que ele garante que os animais são livres de displasia!
Em primeiro lugar uma Feira de Animais não é exatamente o lugar mais apropriado para se adquirir um filhote, seja de que raça for. Vendedores de cães em feiras e exposições, em sua grande maioria, tratam-se de atravessadores que pouco se importam com a raça, e muito menos com a saúde dos animais que vendem. O objetivo dessas pessoas é lucro, só isso! Lembre-se que a compra do filhote conta MUITO POUCO no custo do animal ao longo da sua vida. Escolha a dedo o criador. COM CERTEZA ABSOLUTA vale a pena você investir mais algumas semanas procurando um criador responsável, nem que isso te custe algumas centenas de reais a mais.
Links
de referência
Treatment
Options
Radiography/Diagrams
Nutrition
and Supplementation
Difficult to prevent and treat, canine hip dysplasia is among the most studied
and the most frustrating diseases in veterinary medicine. Read
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Genetics
of CHD
Texto Publicado por Totem American Bulldogs [Totem] em 23/12/2005, texto adaptado por Roberto Rodrigues Junior, agradecemos a gentileza em reproduzirmos este artigo.