CONVULSÃO / EPILEPSIA
O
que é?
Define-se
convulsão
como uma atividade anormal do cérebro, desencadeada por um grupo de neurônios
com descargas elétricas alteradas, denominado foco.
Em geral, estão presentes sintomas
como perda ou alteração de consciência e movimentos ou alterações
musculares envolvendo todo o corpo ou somente parte dele.
As convulsões são classificadas de
acordo com sua apresentação. As convulsões leves, podem apresentar um quadro
em que o animal apenas parece ter ‘perdido a concentração’ e podem evoluir
para aparentes desmaios, distúrbios de comportamento com alucinações
repetidas (caçar moscas, lamber o chão, correr atrás do rabo) até aquelas de
grande atividade muscular, quando o animal cai no chão e se debate
violentamente. Este último tipo é chamado de convulsão generalizada e é a
mais comum em cães e gatos, talvez até por sua fácil identificação. O número
de cães afetados é, estatisticamente superior ao de gatos.
Chamamos de Epilepsia o quadro clínico
caracterizado pela repetição freqüente dos episódios de convulsão.
Causas
Qualquer distúrbio que acometa o cérebro
pode causar convulsão, tendo como causas mais comuns anomalias de nascença
(congênitas) como a hidrocefalia; ou ser causadas por fatores adquiridos, como
traumatismos cranianos (como quedas ou atropelamentos), intoxicações, presença
de tumor no cérebro. Quando não há uma causa evidente, a convulsão é
chamada de idiopática.
A avaliação da causa das convulsões
baseia-se principalmente na idade do animal, no histórico e nos relatos do
proprietário.
Informações como possíveis traumas
cranianos a poucas horas ou a meses atrás, presença de substâncias tóxicas
no local ou proximidades, uso de inseticidas como mata-baratas, idade do animal
na ocasião da primeira crise convulsiva, intervalos entre eles e a presença de
convulsões em outros membros da família do animal, são informações vitais
para estabelecimento de um quadro preciso por parte do veterinário. Além
disso, as convulsão idiopática genética, é transmitida de forma hereditária
devendo-se dessa forma evitar o acasalamento de animais que apresentem este
quadro.
É extremamente indicada a castração
dos animais epilépticos idiopáticos, especialmente as fêmeas que, na época
do cio, devido às alterações hormonais, apresentam maiores chances de
convulsionar.
Raças como
Beagle, Teckel,
Pastor
Alemão e Pastor
Belga são as que apresentam a maior
predisposição para desenvolver o problema.
Tratamento
O tratamento com medicações
anti-convulsionantes só é indicado para animais que apresentam convulsões
freqüentes, ou seja, pelo menos uma vez por mês, uma vez que esse tipo de
medicamento é metabolizado, em grande parte, pelo fígado e como os tratamentos
são bastante longos (às vezes por toda a vida do animal), podem vir a causar
lesões hepáticas’.
O tratamento envolve grande dedicação
do proprietário, que precisa ter em mente que o sucesso do tratamento se baseia
na redução da freqüência, gravidade e duração das convulsões que
raramente são abolidas definitivamente.
A medicação precisa ser
administrada regularmente sem interrupção.
Como cada animal reage de forma
individualizada aos medicamentos anti-convulsionantes, é comum que seja necessário
um período ‘de experiência’, para que o veterinário chegue à dosagem
exata para aquele indivíduo em particular. Durante este período, podem
acontecer estados de excitação ou prostração, que necessitam de observação.
Primeiros
Socorros
Durante
uma convulsão, é necessário que o proprietário tente proteger o cão para
que ele não se machuque, batendo em objetos ou caindo de lugares altos,
como escadas, por exemplo.
Procure
acomodá-lo tão confortável quanto possível e deixe o ambiente tranqüilo e com pouca luz.
Certifique-se
de que a língua não está obstruindo a passagem de ar do ar pela laringe, mas tenha
cuidado para que ele não morda-o por acidente.
É
importante lembrar que durante a crise o cão perde, temporariamente, a
consciência o que pode levar ao não-reconhecimento do dono e de pessoas
familiares.
Quando
o cão estiver ‘voltando’ ao seu estado normal, é recomendável que o
proprietário fale com ele, para que o cão, ao reconhecê-lo, tranqüilize-se
mais rapidamente.
Para mais informação sobre
Epilepsia, consulte: Projeto
genoma canino
Colaboração da Médica Veterinária,
Dra. Audrey Haag
procao@ig.com.br