É uma terminação pouco concreta e que se usa com demasiada rapidez e pouco conhecimento. Por exemplo, algumas pessoas dizem que um animal pertence a > > <<linha de tal cão>> simplesmente porque em seu pedigree há um exemplar de grande renome e denominam o que eles chamam de <<línha>> como o nome do dito cão.
Outros usam essa terminação quando existe um ascendente em comum tanto no pedigree do pai como da mãe. Em ambos os casos somente se dá um parentesco de menor grau e no segundo seria mais correto chamá-lo ascendência indireta ou colateral.
Para outros, ter o afixo ou um canil próprio é suficiente para dizer que possuem uma <<linha>>.
É indiscutível que tenha que haver algo mais.
A palavra linha não deveria ser usada sem estar bem fundamentada e empregar-se só com animais que tenham um biotipo suficientemente definido e qualidades únicas que se repitam de geração para geração. É fruto de anos de consangüinidade bem planejada com uma imprescindível seleção.
Em seu termo mais exato, linha deveria se
reservar para denominar os descendentes de um animal ou de um grupo de animais
notáveis, repetidos várias vezes como ascendentes, e que marcaram a descendência
com suas características. Trata-se de uma raiz ou casta rigorosamente mantida
por gerações.
Tipos de linha:
Linha reta ou direta: é formada por animais que descendem uns dos outros. Se denomina ascendente a que vai desde o sujeito aos seus progenitores (pais, avós, bisavós, etc.) e descendente no caso contrario (filhos, netos, etc.).
Exemplo de ascendente: Ch Tryarr Diamondback Redbolt, Ch. Ruffian Sky Bolt of Har-Wyn , Ch. Sky King of Har-Wyn , X-Pert Rowdy Rascal; de descendente:
X-Pert Rowdy Rascal, Ch. Sky King of Har-Wyn, Ch. Ruffian Sky Bolt of Har-Wyn ,Ch. Ruffian Red Rock of Har-Wyn, Ch. Sierra?s Lil? Abner, Ch. Tippit?s Andy.
Linha fundada em machos, patrilinear ou patrilinhagem: se empregam machos para fixar as características mediante <<linebreeding>> ou <<inbreeding>>.
Exemplos: Tryarr Diamondback Redbolt, o máximo reprodutor da raça, com sessenta e três filhos campeões; Sligo McCarthy, da linha X-Pert, com trinta e um filhos campeões; Patton?s Red Rock Skillet, com vinte e um..., repetidas vezes e vezes nos principais pedigrees.
Linha fundada em
fêmeas, matrilinear ou matrilinhagem: alguns criadores fazem <<linebreeding>>
ou
<<inbreeding>> com fêmeas excepcionais; não é tão habitual como a criação de
<<linhas>> a partir de machos, as fêmeas têm uma capacidade
reprodutiva menor em número que os machos.
Um requisito indispensável para que se considere linha matrilinear é que a fêmea tenha sido cruzada com diferentes machos. Na linha <<Ruffian>> temos exemplos nas legendárias campeãs Tryarr Strawberry Fields (cruzada com cinco machos diferentes) e em Nuggent?s Merry Midnight (cruzada com oito machos distintos), ambas com treze filhotes campeões; em Mistina (cruzada com quatro machos) e com seis filhos campeões, entre eles Sindelar?s Heide Ho, sempre produzindo excelência..., outro exemplo é a campeã Herring?s Roaring Rose nos pedigrees Benmar e Roadhouse que cruzada con o Ch. Roadhouse?s El Toro Valiente produziu Ch. Benmar?s Montana of
> > Roadhouse e logo foi cruzada com ele, com seu filho.
Linha constituída por parelha, bilateral ou de dupla descendência: O melhor exemplo é o cruzamento do campeão Tryarr Diamondback Redbolt e da campeã Sindelars Heide Ho, que produziu vinte e um campeões em comum, cruzamento repetido infinidade de vezes nos pedigrees há pouco tempo.
O recorde máximo dele, que também é da raça, é de sessenta e três filhos campeões, vinte e um com ela e o resto com outras. Por outro lado, Sindelars Heide Ho, que só foi cruzada exclusivamente com Tryarr Diamondback Redbolt, deu somente vinte e um campeões, também recorde da raça em fêmeas.
Fred Sindelar, o criador da fêmea, mostrou sua inteligência ao repetir sempre este cruzamento fechado sem correr mais riscos. Tem sido o mais frutífero da história do Am Staff. Combinação de todo o anterior. É o ideal e o que geralmente se tenta fazer.
Linha indireta, colateral ou transversal de parentesco: série de parentes não nascidos uns dos outros, irmãos, tios, sobrinhos..., se emprega para manter a linha quando esta já está bem estabelecida. Neste é caso é prioritário trabalhar com um critério judicioso de seleção.
Nesta última parte se podem estimar englobadas todas as linhas originais: Ruffian (em 1938), X-Pert (desde 1930), Tacoma (em 1927), Gallant, Crusader (fundada em 1950), Roll...
Atualmente talvez só se possa seguir considerando como linha pura a X-Pert. Nas demais, a morte do criador que as deu vida ou o abandono da criação por parte dos herdeiros, deram início à inclusão ou absorção em outras linhas.
Gallant e Crusader, intimamente relacionadas entre si e com Ruffian, tem praticamente desaparecido e os aficionados buscam exemplares que possam ser representativos destas antigas linhas. Roll desapareceu, por suposto, há muitíssimos anos.
A linha Ruffian sofreu sua particular crise com Peggy Harper, de Texas, proprietária do Kennel Har-Wyn, o máximo produtor de Am Staff em quantidade e qualidade na história. Esta senhora cruzou a X-Pert Rowdy Rascal com Ruffian Gerty of Har-Wyn e produziu a Sky King of Har-Wyn com a qual se inicia uma linhagem com forte carga de elementos X-Pert. Sky King of Har-Wyn se cruzou com Ruffian Cheeta of Har-Wyn (Blitz x Ruffian Janet of Mounthaven), Blitz era também filho de X-Pert Rowdy Rascal, com o que se segue a inclusão de sangue X-Pert, daí nasce Ruffian Sky Bolt of Har-Wyn entre outros importantes cães. Ruffian Sky Bolt of Har-Wyn se cruzou com Ruffian Golden Lady of Har-Wyn (filha de X-Pert Rowdy Rascal) e produziu o , seguramente, Am Staff top da história: Ruffian Red Rock of Har-Wyn.
Mas a coisa não pára por aí Tryarr Diamondback Redbolt, o máximo reprodutor da raça, é também produto direto de Ruffian Sky Bolt of Har-Wyn (Sky King of Har-Wyn: X-Pert Rowdy Rascal com Ruffian Gerty of Har-Wyn) com Tryarr Strawberry Fields, filha também de Red Rock of Har-Wyn e que por parte de mãe tem na segunda geração a Blitz, outro filho de X-Pert Rowdy Rascal.
De resto, o nome de Ruffian permanece, mas como linha pura desapareceu há muito tempo..., talvez seja mais correto denomina-la linha Har-Wyn.
Como vemos, nos cães e demais animais domésticos, a seleção natural foi substituída ou reforçada pela ação humana que interfere nos processos naturais modificando seres segundo seus interesses ou gostos.
Artigo escrito por Amalio Lasheras