O proprietário da cadela, se for responsável, buscará sempre o melhor macho para sua fêmea, é o mesmo que dizer: fará o cruzamento pensando que, incluindo um pai superior á mãe, melhorará a qualidade dos filhotes.

É o que se chama "processo de elevação dos animais inferiores".

Estamos, pois que o macho representa a escolha, a mobilidade e o número, e a fêmea, o suporte, a base e o meio ambiente.

É de se esperar qualidade genética em ambos.

A título de exemplo:

Um cão mestiço tende a zero em homozigose e a 100 em heterozigose. Em cold outcross, que seria o cruzamento de dois cães de raça pura, mas distinta entre si, seria o máximo expoente de heterozigose.

Quanto mais de raça pura for um cão, mais tenderá a 100 em homozigose e tenderá ao mínimo de heterozigose.

Logo, quanto mais pureza racial, mais homozigose.

Todas as raças e todas as linhas foram formadas por endogamia, por cruzamento entre parentes, é a única maneira efetiva de fixar características comuns raciais.

Deve-se tentar conseguir o maior número possível de características homozigóticas positivas, desejáveis e eliminar as indesejáveis.

Entretanto, há algumas raças que seguem critérios teratológicos para selecionar seus exemplares.

Prognatismos, patas torcidas, olhos saltados ou  muito pequenos, muitas rugas.

A hipertipicidade levada a extremo pode chegar a ser uma marca indesejável. Ajuda a criar caricaturas.

Por exemplo: cabeça grande não deve significar cão cabeçudo. Em primeiro lugar deve-se considerar a proporção entre todas as partes e a harmonia suma. Todo criador deveria saber de que ponto não se pode passar sem exagerar as características.

Em benefício de sua raça, se sua saúde, de sua funcionalidade, de seu caráter e, por última o de sua estética.

Para um criador o principal é trabalhar sempre com um objetivo: considerando uma causa final.

Para que uma empresa triunfe é requisito indispensável ter um projeto. Sem ele o fracasso está assegurado.

O primeiro requisito para criar cães de raça é planejar a maneira de consegui-lo, e planejar, projetar, muitas vezes é só sonhar. Não deveria ser possível criar sem ter como primeiro propósito melhorar a raça.

Métodos de seleção:

Não se devem basear unicamente na observação do fenótipo. É indispensável selecionar se apoiando não somente no aspecto externo, mas também na qualidade do pedigree como informação para intuir o genótipo.

Se é possível, deve-se ver que cães se tem produzido anteriormente da cruza que estudamos. É preferível comprar a partir da segunda ninhada.

É claro que em algum momento, preferencialmente antes, deve-se fazer uma avaliação genética à parte, sem a qual o fenótipo vale pouco.

Unicamente se pode trabalhar baseando-se exclusivamente em critérios de seleção e esquecer-se da consangüinidade e ter êxito se se trabalha sobre uma linha já estabelecida.

Enquanto mesclamos duas correntes de sangue diferentes e embora o fenótipo dos animais seja o buscado, não fixaremos um tipo sem empregar algo de endogamia. É assim, queira ou não.

Também: consiste em selecionar baseando-se em um só caráter. Não merece quase comentário, pois o criador raramente se pode concentrar em um único ponto sem que diminua as demais qualidades.

Método de níveis independentes de seleção: levam em conta só 4 ou 5 características. O problema é que se deixa as outras ao Deus-dará. Se o exemplar tem um nível médio aceitável nas características não selecionadas,  muito fácil de utilizar. Somente se deveria utilizar com as fêmeas e unicamente se estão respaldadas por uma boa genética. Os machos têm que ser escolhidos sempre com critérios de seleção total.

Método de pontuação total ou índice de seleção total: se trabalha para controlar o máximo de caraterísticas típicas.

Comparam-se 2 ou 3 exemplares e se elege o que obtenha pontuação máxima ou o máximo coeficiente.

Cada criador deverá estabelecer sua pontuação ou índice de seleção próprio.

Artigo escrito por Amalio Lasheras