HOMEOPATIA
VETERINÁRIA
PRINCIPIO GERAL DA HOMEOPATIA
A Homeopatia enxerga o indivíduo como um todo, promovendo o seu tratamento geral, sem tratar somente do fígado, do dente, ou da mente do indivíduo, por exemplo.
Isto porque todos os indivíduos são controlados, em relação à sua saúde,
sensações, medos, forma de reagir a estímulos, etc., por uma "força"
interna.
Antes até do conhecimento médico,
alguns povos "sabiam" da existência de uma força controladora,
interna ou externa, e encaravam essa força como influência de Deuses,
Planetas, Espíritos, etc.; havendo também quem a chamasse de Alma.
Desde os mais remotos tempos que filósofos
e médicos de todas as épocas se perguntam como nosso corpo controla nossos
processos vitais: nascimento, vida, morte e nossas "doenças", sendo
de consenso comum que alguma "coisa" anima o corpo, pois o organismo
humano não é só formado por componentes físicos.
Com isto chegou-se à idéia geral de
uma força maior gerindo o corpo, idéias como esta datam desde antes de
Cristo, e esse é o contexto de Energia Vital. Platão, Hipócrates e Aristóteles
já discutiam esses conceitos em seus ensaios.
O Pai da Medicina Homeopática
Foi Samuel Hahnemann
quem postulou os princípios da homeopatia. Médico diplomado em 1779, após
estudar em Leipzig, Viena e Erlangen, sentiu-se impotente no exercício de sua
profissão, visto que em algumas ocasiões não conseguia "curar" os
doentes que o procuravam, e, em outras, o tratamento era mais doloroso do que a
própria doença; e, além disso, se sentia obrigado a trabalhar com hipóteses,
lançando mão de substâncias que eram citadas, arbitrariamente, como remédios.
Chegou, com isso, a abandonar a profissão, ficando somente como tradutor de livros médicos, o que dava à sua mente inquiridora a oportunidade de procurar respostas às suas dúvidas. Desde modo ficou conhecendo o trabalho do Dr. Cullen, que usava a China officinalis para o tratamento da malária, atribuindo o sucesso de seu tratamento ao gosto amargo desta.
Isso aliado ao fato das intoxicações acidentais pela planta produzirem os mesmos sintomas da malária, despertou a curiosidade científica em Hahnemann, que então decidiu experimentar nele mesmo a planta, se deparando com o aparecimento de uma sintomatologia semelhante àquela produzida pela doença. Com isso começou a se perguntar se outras substâncias teriam esta mesma propriedade.
Então, juntamente com outros médicos com a mesma formação, começou a experimentar nele próprio, e cada um em si mesmo, outras substâncias e a registrar suas observações.
E a teoria se confirmou: "a mesma substância que em indivíduos sãos era capaz de provocar determinados sintomas, era também capaz de curar estes sintomas em indivíduos que os estivessem apresentando".
Podemos citar alguns poucos exemplos
Uma aranha, a Latrodectus mactans, por sua mordida, produz sintomas muito semelhantes ao encontrado em alguns casos de angina pectoris, logo alguns casos de angina respondem bem ao tratamento com o medicamento derivado do veneno desta aranha
Uma dose da planta Ipecacuanha pode causar vômito. Numa dose diluída, este remédio pode controlar náuseas e vômitos se semelhantes ao tipo causado pela Ipeca.
Beber café antes de dormir poderá causar insônia. Numa dose infinitesimal, pode tratar insônias semelhantes as que são provocadas pelo café.
Através de sua dedicação, estudos e experimentos, motivados pela vontade de tornar as pessoas realmente saudáveis, é considerado Pai da Medicina Homeopática.
Em suma
O que a homeopatia nos diz é que existe uma energia em todos nós que é a responsável pelo nosso viver. Desde o momento que esta energia, por algum motivo, se desequilibra, aparece a doença.
A cura é obtida através de medicamentos oriundos da natureza, que são preparados de forma a conseguirmos nos utilizar de seu poder energético.
Consideramos doença não somente aquilo que conhecemos como tal (por exemplo gripes, inflamações e tumores); consideramos doença também tudo aquilo que de alguma maneira expressamos, tanto no plano físico, como também no plano mental (ou espiritual), e no plano emocional (ou psíquico).
ENERGIA REGULADORA
Esta teoria da existência de uma energia interna reguladora ficou provada também através dos estudos do casal Kirlian, cientistas russos, que desenvolveram uma técnica que permitia fotografar o campo eletrodinâmico que permeia e envolve todos os objetos, vivos ou não (nossa energia interna ?!).
Eles notaram que as emanações elétricas
em volta de um organismo vivo mudam de acordo com a saúde física ou mental, a
disposição de ânimo, o caráter desse organismo; mais importante ainda é que
a mudança no campo elétrico ocorre antes do aparecimento dos sintomas, poderíamos
dizer que ocorrem no período de incubação da doença.
Isso prova que existe uma correlação
entre as mudanças no campo eletrodinâmico e as mudanças nos estados emocional
e físico, tanto na saúde quanto na doença, exatamente o que corre com a
energia vital, que se desequilibra quando do contato com o agente mórbido (período
de incubação) e demonstra os sintomas: e também se mostra desequilibrada nas
mudanças no estado emocional.
Com essas descobertas tenta-se provar
que esta nossa energia interna reguladora nada mais é que uma força eletromagnética
que, justamente por causa disto, é capaz de comandar todas as nossas funções
vitais.
Os chineses, que usam a técnica da
Acupuntura, também acreditam na existência desta energia interna como
reguladora de todos os nossos processos fisiológicos e vitais. Sua técnica se
baseia justamente nisso, consistindo na inserção de agulhas em pontos específicos,
a fim de mudar, canalizar e/ou equilibrar o fluxo desta energia interna
através do corpo.
Energia vital
Esta energia interna se constitui na
base de todo o raciocínio e doutrina homeopáticos, servindo de diferenciação
radical entre a Medicina Alopática e a Medicina Homeopática.
Ela é a responsável pela consumação
e manutenção da vida, mantendo o indivíduo em equilíbrio, sustentando-o saudável.
É ela também que, quando em
desequilíbrio, permite o aparecimento da sintomatologia das doenças, que serve
como sinal de que algo não vai bem com o indivíduo.
É grande a responsabilidade do Médico
Homeopata, quer seja ele Médico, Dentista ou Veterinário. Dele depende a
escolha do medicamento correto, um que realmente conseguirá alcançar esta
energia interna do doente, levando-o à cura.
Medicamentos Homeopáticos
O medicamento homeopático é
derivado de substâncias existentes na natureza, podendo estas serem de origem
animal, vegetal ou mineral.
Estas substâncias são diluídas e
dinamizadas; ou seja, são processadas (ou manualmente ou por aparelhos) sendo
agitadas, de forma a liberarem energia; e é esta energia justamente que confere
a estes medicamentos seu poder de curar.
Justamente por isto é que a nossa
energia interna consegue ser influenciada pelo medicamento homeopático; ela é
suscetível à outras formas de energia, razão pela qual o medicamento homeopático
pode exercer sua ação sobre ela, regulando-a .
A dúvida que poderia ficar é de como um medicamento poderia sensibilizar uma energia, sem que formas químicas entrem em contato, como acontece com os medicamentos utilizados na alopatia.
Isso ocorre pois as substância
consideradas simples (como são os medicamentos homeopáticos = energia),
conseguem ter ação umas sobre as outras; e isso vemos a todo instante na
natureza, sem, contudo, prestarmos atenção. Um exemplo bem fácil de ser
entendido, seria o de um imã, que mesmo a distância, é capaz de deslocar um
objeto, sem nenhum tipo de contato físico, nem direto, nem por meio de
alavancas ou ferramentas. Isso ocorre por uma força "invisível"
que estabelece a comunicação do imã com o outro objeto, permitindo que
o imã exerça sua ação sobre este outro; a energia do imã conseguindo atrair
dinamicamente o outro. Assim ocorre também quando olhamos para algo repugnante
e sentimos vontade de vomitar; é unicamente o efeito dinâmico da cena agindo
sobre a nossa imaginação; não temos no estômago nenhum corpo estranho
nem nenhuma substância química levando-nos a essa reação.
Isto também ocorre com os
medicamentos homeopáticos. Estes derivam de substâncias naturais, mas são
manipulados de forma que contenham basicamente a força medicamentosa pura, do
tipo não material ( a força energética), para produzirem efeitos dinâmicos,
sem que haja contato com as partes materiais da substância medicamentosa. É
justamente por isto que eles irão agir na nossa energia interna. É a força
energética do medicamento dinamizado que constitui a força medicamentosa específica.
Assim como o imã só é capaz de
atrair o ferro, cada medicamento homeopático dinamizado só é capaz de agir
sobre aquele indivíduo com o qual tenha afinidade, ou semelhança. Por isto é
fundamental que o indivíduo seja bem avaliado em todos os seus sintomas.
É dessa maneira que funcionam os
medicamentos homeopáticos.
Ou seja, o medicamento homeopático
consegue agir sobre nossa energia vital, devolvendo-lhe o equilíbrio;
justamente por ser dinamizado e portanto rico em energia. O que promove a cura não
é a ação direta do remédio nos planos doentes, mas sim a sua ação em nossa
energia interna que se encontra desequilibrada. O medicamento, ao restaurar o
equilíbrio da nossa energia, permite que ela mesma expulse a doença. É uma
energia (medicamento dinamizado) agindo sobre outra (nossa energia interna), com
o fim de regular esta última.
Por isto se faz tão importante que
seu emprego se faça após criteriosa investigação do doente, como um todo;
visto que o medicamento correto é escolhido com base na totalidade sintomático
do indivíduo. Ou seja, para que ele surta efeito é necessário que ele seja
bem escolhido, sempre se levando em conta todos os sintomas do indivíduo
É isto que impede que o mesmo
medicamento que alguém usa para determinado indivíduo doente sirva para outro
indivíduo com a mesma doença, pois apesar da "doença" ser a mesma,
os indivíduos são diferentes.
Quando um indivíduo se utiliza de um
medicamento que não seja específico para ele, pode simplesmente não acontecer
nada; ou ainda aparecerem outros sintomas, que serão específicos do
medicamento. Por isto é muito importante que só utilizemos medicamentos homeopáticos
com prescrição de um Homeopata; um Médico tradicional não tem conhecimento
suficiente para realizar este tipo de avaliação e prescrição; assim como um
dermatologista não tem conhecimento para prescrever o uso de óculos. A
Homeopatia se constitui em uma especialidade, devendo somente ser exercida por
quem estudou para isto.
Na Medicina Veterinária
Como já vimos a homeopatia valoriza
o indivíduo como um todo, e procura, através da compreensão do paciente, curá-lo
de seus males.
O uso da homeopatia para o tratamento
de animais vem se desenvolvendo com o tempo e tem nos mostrado como essa prática
pode ser benéfica. Temos presenciado a eficácia deste modo de tratamento, que
é quase que uma filosofia.
Para promover a cura, o homeopata
precisa conhecer todos os sintomas de seu paciente. Estes sintomas irão
revelar o modo como cada indivíduo interage com o meio que o cerca, e qual a
solução para o mal que lhe aflige.
Pelos sintomas apresentados e
observados no animal, o homeopata irá escolher, com base na totalidade sintomática
do paciente, aquele medicamento que espelhe o seu paciente, e que, portanto,
seja capaz de curá-lo.
Podemos destacar básicamente três
grupos de sintomas que o profissional homeopata (seja ele médico ou
veterinário) irá pesquisar:
Sintomas Mentais não querem dizer doença mental, na concepção que estamos acostumados a ouvir. E sim se referem a um modo pessoal de reagir a determinadas situações; como por exemplo ao medo (alguns animais quando se deparam com situações de perigo recuam, enquanto que outros partem para o ataque). O que dificulta a coleta destes sintomas por parte do médico veterinário é devido ao fato da inexistência de comunicação falada entre o animal e o homem. Alguns sintomas podem até ser percebidos, mas sempre deixa um pouco a desejar em suas nuances. Por exemplo, podemos perceber que o animal está triste, mas não sabemos o porque; podemos perceber quando o animal tem medo, mas as vezes não sabemos de que; etc.
Contamos apenas com a nossa observação e a observação do proprietário, que deve ser a mais detalhada possível; mas este deve ter o cuidado de somente relatar ao veterinário exatamente o que viu, sem tentar interpretar o que observou.
Sintomas Gerais se referem ao animal como um todo, englobando várias esferas, tais como suas preferências alimentares, sua piora ou melhora diante de alguma situação, fato, hora do dia ou clima, por exemplo.
Sintomas Físicos se referem àquilo que conhecemos como doenças; ou seja, as doenças que o animal já apresentou durante toda a sua vida. Verificaremos que determinados animais têm uma maior tendência a desenvolver determinadas doenças. Alguns têm otite por várias vezes, enquanto que outros têm pneumonias, enquanto outros têm insuficiência renal. Isto se deve ao fato de que cada organismo apresenta facilidade de exteriorizar seu mal desta ou daquela forma
Também se faz necessário se
qualificar a queixa (o motivo pelo qual fomos procurados) em todos os seus
nuances. Quanto mais detalhado for um sintoma, maiores a chances de conseguirmos
individualizá-lo, portanto mais facilmente chegaremos ao medicamento correto.
Nestes nuances procuramos descobrir o que existe que piore ou melhore o quadro;
horários em que sintoma aparece mais evidente; determinadas atitudes que o
agravem ou o melhorem.
O paciente que chega ao Médico
Veterinário Homeopata, vem ou porque o proprietário já se trata com
Homeopatia, ou porque apresenta alguma doença onde a alopatia está falhando,
tais como problemas dermatológicos ou problemas de comportamento.
Precisamos mudar esta visão da
homeopatia, esta onde dizem que ela é ótima para este tipo de doenças.
Realmente ela é ótima para isto,
mas não somente para isto.
Você pode tratar seu animalzinho com
a Homeopatia para qualquer doença que seja tratável com a alopatia; sendo os
resultados mais duradouros e os medicamentos mais inócuos.
Os profissionais que se utilizam da
homeopatia na medicina veterinária também examinam o paciente, fazem diagnósticos,
se utilizam de exames complementares (radiografias, exames de sangue,
ultrassonografias, etc.) e usam outras terapias quando necessário, não
dispensando as novas descobertas da medicina veterinária.
O homeopata também recomenda uma
cirurgia, sendo ela realmente necessária; inclusive, no arsenal de medicamentos
homeopáticos existem drogas que podem ser utilizadas para minimizar os efeitos
traumáticos da cirurgia, bem como os efeitos indesejáveis da anestesia.
Ou seja, o Médico Veterinário
Homeopata é um Veterinário como outro qualquer, apenas vê o seu animal por um
outro ângulo, mais complexo e mais completo.
A homeopatia atua em todas as áreas, não existindo nenhuma contra indicação para a sua utilização.
A única contra indicação ocorre
quando pessoas leigas em homeopatia fazem prescrições, normalmente porque já
se utilizaram deste ou daquele medicamento e conseguiram resultados. Isto não
é uma garantia para que o tratamento funcione em outro indivíduo. Os
medicamentos, na homeopatia, não são para este ou aquele quadro clínico, e
sim para determinado indivíduo com aquele determinado quadro clínico.
Justamente por isto, muitas pessoas
que já fizeram uso de medicação homeopática não ficaram satisfeitas com o
resultado. A "culpa" não é da homeopatia, e sim destas prescrições
realizadas sem a correta individualização do quadro e do paciente; que, neste
caso, não terá recebido o medicamento correto.
O que acontece é que, na alopatia,
qualquer um que tenha uma dor de cabeça, por exemplo, pode se utilizar de uma série
de medicamentos. Já na homeopatia a dor de cabeça de um indivíduo será
combatida com um medicamento escolhido para esta dor dele, enquanto que a dor de
cabeça de outro paciente poderá não ceder com aquele mesmo medicamento, visto
que não são a mesma dor de cabeça, terão nuances diferentes.
E é isto tudo que torna o ato de
saber prescrever medicamentos homeopáticos uma arte. Arte esta difícil, pois
requer muita observação e estudo; mas, ao mesmo tempo, apaixonante.
Colaboração da médica veterinária
Dra. Neísa
Teixeira Lourenço
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