PERIGO: VENENO!
Por serem carnívoros, os cães dificilmente têm o costume de comer
vegetais, o que torna raras as ocorrências de intoxicações por plantas. Porém,
sob algumas circunstâncias, esses animais poderão ingerí-las. Filhotes e
adutos extremamente ativos têm uma grande curiosidade por objetos novos no meio
ambiente, como um vaso diferente colocado no terraço, ou uma planta estranha no
jardim. A "bisbilhotice canina" não se satisfaz apenas em olhar ou
cheirar. O animal geralmente termina por lamber, morder, mastigar e engolir o
objeto que lhe despertou a curiosidade.
Cães privados de água, por exemplo, vão buscá-la, geralmente em
plantas molhadas recentemente cujas folhas podem ser mastigadas. Em outros
casos, cães confinados por períodos longos podem ser distrair comendo plantas.
Deficiência
nutricional
A má nutrição pode também impelir
ao consumo de vegetais, na tentativa de obter deles o nutriente que o animal
carece. Adubação do solo com compostos orgânicos, como farinha de ossos com
torta de mamona, encoraja esse consumo anormal. Em suma, cães ingerem plantas
basicamente por curiosidade, lazer ou deficiência nutricional. As plantas, por
sua vez, desenvolveram na sua evolução algumas armas de proteção como os
espinhos que desencorajam grande parte das agressões e o sabor amargo que
desestimula segundas tentativas dos curiosos. No entanto, um grande número de
plantas possui substâncias tóxicas que poderão causar distúrbios digestivos,
alérgicos, hepáticos, cutâneos, alucionógenos e até a morte, dependendo do
tipo de planta consumida.
Tratamentos
específicos
Uma única planta pode conter vários princípios tóxicos, para os quais
há poucos antídotos específicos, o que dificulta o tratamento. Certas espécies
têm substâncias irritantes que devem ser inativadas ou "protegidas"
para não causarem mais lesões nos tecidos do aparelho digestivo. Para tais
toxinas não se recomenda induzir vômitos para expulsão, pois provocariam
danos ao voltar pelo esôfago e boca, agravando os males já causados pela
ingestão.
Outras toxinas de plantas
consideradas "solúveis em gordura" têm sua absorção favorecida
quando engolidas com alimentos gordurosos, como o leite. Essa ingestão conjunta
favorece, portanto, a absorção dos venenos, podendo agravar o quadro.
Prevenção
Se as plantas tóxicas estiverem entre suas preferidas e se você não
abre mão de tê-las em casa, trate de, pelo menos, tomar os seguintes cuidados:
dificulte
o acesso às plantas com uso de cerca, colocação dos vasos em locais de difícil
acesso, poda das partes baixas das plantas, colheita de todos os frutos assim
que apareçam;
utilize
rações de boa qualidade e, se necessário, suplementos que evitem carências
nutricionais;
deixe
água fresca em locais de fácil acesso ao cão;
evite
o confinamento do animal em recintos onde há plantas;
promova
treinamentos sob assistência especializada.
Primeiros
socorros
Caso o seu cão tenha ingerido alguma planta suspeita, siga estas orientações:
Dependendo do tipo de planta e do estado do paciente, pode haver
necessidade de internamento para eliminação do agente tóxico, controle dos
sintomas e reposição eletrolítica (administração de soro com sais minerais)
para evitar desidratações. Posteriormente, serão estabelecidos planos de
alimentação e terapia pós-internação, visando sanar possíveis danos ao fígado
e aos rins.
Nome Popular |
Nome científico |
Nome Popular |
Nome científico |
aroeira |
Schinus |
azaléia |
Rododendron |
caju (castanha crua) |
Anacardium occidentale |
chapéu de napoleão |
Thevetia nerrifolia jussieu |
cinerária |
Senecio cruentes |
confrei |
Sympjyntun officinalis |
coroa de cristo, |
Euphorbia milii |
espada de São Jorge |
Sanseveria trifasciata |
filodendro |
Philodendron bipinnatifidum |
fumo,
petume, tabaco |
Nicotina tabacum |
hera |
Hedera helix |
hortênsia |
Sambucus sp |
olho de cabra, jequiriti |
Abrus precatorius |
mamona, carrapateiro |
Ricinus comunis |
mandioca |
Maniohot |
nêspera |
Prunus sp |
oficial de sala |
Asclepia curssavica |
papagaio, rabo de arara |
Euphorbia pulcherrima |
pinhão paraguaio |
Jatrofa curcas |
tulipa |
Tulipa sp |
unha de gato |
Hedera caraniensis |
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Texto
reproduzido da revista "Cães e Raças", (n 4).