Os olhos do
dono
|
|
José Luis da Conceição/E
Mônica, da Associação Cào-Guia: "O
cão precisa desobedecer"
|
|
|
Transformar um cão num guia para deficientes visuais não é tarefa
fácil. Mas São Paulo tem uma entidade que cuida disso: a Associação Cão
Guia Cego. A educação do cãozinho (pode ser macho ou fêmea) começa cedo:
aos 2 meses, ele aprende comandos básicos como "senta", "junto", "deita".
Quando chega aos 4 meses, o animal passa a diferenciar obstáculos de
altura e largura. A partir daí, enfrenta uma série de situações
corriqueiras que são complicadas para os cegos: atravessar a rua, entrar
no elevador, subir ou descer uma escada rolante, pegar ônibus. Desse modo,
ele também fica apto a desobedecer ordens (o que especialistas chamam de
"desobediência inteligente"). Ele detecta o perigo e não cumpre o comando.
Mônica Grimaldi, vice-presidente da Associação, afirma que o mais difícil
no treinamento é não deixar que os animais tenham o chamado vício de
matilha: "Eles não podem ser criados em canis porque precisam pensar que
são gente, e não cães. É necessário que eles percam os instintos, que não
reajam a outros animais." Labradores e Golden retrievers, as duas raças
mais usadas, são cães de caça e adoram correr atrás de passarinhos, por
exemplo. A associação funciona com patrocínio de empresas e doa os cães
para deficientes cadastrados - a fila de espera para conseguir um animal é
de cerca de quatro meses.
Endereço: Rua Lavradio, 74, apto. 31B (Perdizes); Tel.: 3667-0288;
Horário de atendimento: de 2ª a 6ª, das 9h às 18h (só com hora marcada);
Home page: www.vidadecao.com.br
|